quinta-feira, 6 de maio de 2010

A FAMÍLIA DE JESUS (Mc 3.31-35)

Estamos no mês de maio, o mês dedicado às famílias na nossa Igreja. Por isso, vamos falar sobre a Família de Jesus.

Jesus estava em sua segunda viagem pela Galiléia. Lá, Ele curou um endemoninhado, cego e mudo (Mt 12.22,23). Porém, os fariseus não gostaram disto e O acusaram de estar sendo usado por Belzebu, o príncipe dos demônios. Jesus os repreende severamente e eles rejeitam o seu ensino, mas pedem um sinal. Jesus não lhes dá nenhum sinal e os repreende ainda mais, desmascarando a incredulidade deles. Eles ficaram muito irados e começaram a tramar contra a vida de Jesus. Seus familiares, sabendo disto, e temendo o pior, foram decididos a tirá-Lo de lá (Mc 3.20-22). É neste clima tenso que há o desenrolar desta história.

Jesus estava numa casa e, como sempre, grande multidão O acompanhava, de sorte que não podia nem parar para comer com os discípulos. Após a discussão com os escribas e fariseus, o clima geral era de expectativa, mas Ele ensinava tranquilamente. Neste interim, chegam seus irmãos e sua mãe e mandam chamá-Lo, pois não conseguiam entrar na casa que estava lotada. Alguém o interrompe e dá o recado. Jesus não para de ensinar, somente ensina uma outra lição que não estava no "esboço".

Há nesta história, um interessante encontro entre a família física ou humana e a família espiritual de Jesus. A física ou humana, dizendo a Jesus o que fazer, dando ordens, e fazendo por Ele, como sendo senhores. A espiritual, ouvindo o que Jesus tem a dizer e obedecendo as suas ordens, pois, sendo Ele Senhor, é Ele quem faz e manda.

Jovem, a sua relação com Cristo tem sido física e humana ou espiritual?

Se perguntarmos: quem no texto é a família de Jesus? Certamente teremos duas respostas. A família física ou humana, são os que estão do lado de fora, chamando a Jesus. A família espiritual, o próprio Jesus responde, apontando para os seus discípulos.

Na sua imaginação, jovem, o que se passou na mente dos parentes de Jesus? Seus irmãos não acreditavam muito nEle, não concordavam com Ele, e até O achavam meio maluco (segundo lemos em Jo 7.1-5). Mas, isto não quer dizer que queriam vê-Lo ser linchado ou morto. Então, convenceram Maria, sua mãe, para irem chamá-Lo e leva-Lo de volta para casa, enquanto ainda havia tempo. Porém, na impossibilidade de entrar na casa para falar com Ele, apelam para o trunfo que tinham: seu parentesco sanguíneo. Nós também, constantemente, apelamos para Jesus, usando os nossos trunfos, não é mesmo? Gostamos de apresentar argumentos para pressioná-Lo a atender-nos mais depressa. Usamos argumentos para tentar convencê-Lo a fazer o que queremos (sou dizimista, orei no monte, fiquei quarenta dias em jejum, sou regular na igreja, sou uma boa pessoa, também sou filho de Deus). Não faltam os mais ousados, que determinam, exigem, ordenam. Precisamos, urgentemente, aprender que: Jesus não se impressiona com os nossos argumentos. Ninguém tem maiores privilégios que outros diante dEle, e Ele não precisa que lhe digamos o que fazer. Ele sabe o que é prioridade. Ele sabe o que é mais importante. Suas prioridades são espirituais e não materiais ou humanas. Ele não faz a nossa vontade, mas a vontade do Pai.

Também vimos que a família terrena de Jesus vem em seu socorro para salvá-Lo. É até hilário pensar no Salvador precisando de salvação. Eles se esqueceram que é Ele quem salva. Não se pode usurpar o Seu papel. Eles precisavam crer que Ele não veio ao mundo para morrer num levante popular ou, numa tragédia, sem cumprir Sua missão. Não podemos negar que os seus parentes O amavam e estavam bem intencionados, mas, tornavam-se um grande empecilho para Jesus. A intenção era boa, mas no fundo, demonstrava incredulidade ou ingenuidade, por pensar que, talvez, Ele não fosse capaz de realizar o que prometeu e precisava de uma forcinha. Revelaram uma tremenda falta de fé. Jovem, somos nós que precisamos da Sua ajuda e salvação. Somos nós que precisamos que Ele venha em nosso socorro. Ele não precisa que nós O defendamos, como Pedro também tentou fazer e foi repreendido (Mt 26.51-54).

Jesus então aponta para os seus discípulos e declara: "Estes são a minha família", mas não somente estes, qualquer um pode ser a minha família. Não há uns poucos privilegiados, todos podem tornar-se. Só há uma condição: "que façam a vontade do meu Pai". Se assim fizer, este é a minha família.

E você jovem, também faz parte da família de Jesus? Quem faz parte desta família são os que fazem a vontade de Deus. Você faz a vontade de Deus, jovem? Se sim, você faz parte da família espiritual de Jesus. Se não, você pode se tornar parte da família espiritual de Jesus, fazendo a vontade de Deus. No texto paralelo a este que lemos, escrito em Lc 8.21, há uma explicação mais clara do que Jesus quis dizer com "fazer a vontade de Deus". Jovem, você tem ouvido a Palavra de Deus? Tem colocado ela em prática? Esta é a condição para tornar-se parte da família espiritual de Jesus.

Poucos tiveram o privilégio de fazer parte da família terrena de Jesus, quando Ele desceu do céu e se fez carne, habitando entre nós. Mas, muitos podem ter o grande privilégio de fazer parte da família espiritual de Jesus, fazendo a vontade de Deus, ouvindo a Sua Palavra e colocando-a em prática. Este segundo privilégio, além de ser eterno, é bem maior que o primeiro. Experimente!

Que Deus nos abençoe!

Pr. Gabriel N. da Silva