quarta-feira, 28 de julho de 2010

O QUE CRISTO SENTIA? (Fp 2.5)

Hoje, depois de ouvir a Palavra que o Pr. Carlos ministrou no Culto de Louvor e Adoração, baseada em Fp 2.5, eu me perguntei: O que Cristo sentia? Qual era o sentimento que havia em Cristo Jesus?

Analisando a epístola de Paulo aos filipenses, nós podemos observar que ela, diferente de muitas cartas do apóstolo, não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. Seu assunto básico é de cordial afeição e apreço pela congregação. Paulo escreveu esta carta aos filipenses para agradecer-lhes pela sua oferta generosa, para informá-los do seu estado pessoal, para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus com a sua prisão, para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a sua tarefa, e para levar os membros da igreja a se esforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

É claro que a igreja em Filipos também tinha seus problemas, ainda que menores em comparação aos das outras igrejas. Nesta epístola, Paulo trata de três deles:
1) O desânimo dos cristãos, por causa da prisão prolongada de Paulo (Fp 1.12-26);
2) Pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres da igreja (Fp 4.2); e
3) A ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestres judaizantes e dos cristãos com mentalidade terrena (Fp 3).
Em meio a esses três problemas em potencial, temos os ensinos mais ricos de Paulo sobre a alegria em meio a todas as circunstâncias da vida (Fp 1.4,12; 2.17,18; 4.11-13), a humildade e o serviço cristãos (Fp 2.1-16), e o valor incomensurável de se conhecer a Cristo (Fp 3).

Vamos agora tentar relacionar os sentimentos que haviam em Cristo Jesus, tomando por base os assuntos tratados nesta epístola.

1) Alegria - A epístola de Paulo aos filipenses é conhecida como a "Epístola da Alegria" no Novo Testamento. Como pode um homem escrever uma carta, que tem por tema principal a alegria, estando ele injustamente encarcerado? De onde vinha esta alegria, que fez com que ele, mesmo preso, a descrevesse com tamanha propriedade? A resposta está em Ne 8.10b, que diz: "... portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa força". Era daí que o apóstolo tirava forças para dar continuidade ao seu ministério, e não desistir. Nenhuma das muitas prisões pelas quais ele passou, conseguiu tirar este sentimento do seu coração. Da mesma forma foi com Jesus. Tudo o que Ele fez, e não foi pouco, foi para que nós tivéssemos a Sua alegria em nós de forma plena (Jo 15.11; 16.24; 17.13).

2) Humildade - Devido ao egocentrismo inato do homem caído, o mundo não vê com bons olhos a humildade e a modéstia. A Bíblia, no entanto, com seu conceito teocêntrico do homem e da salvação, dá muito valor e importância à humildade. Humildade que nos faz ter consciência das nossa fraquezas, que nos faz atribuir de imediato todos os créditos a Deus, que nos faz entender que somos simples criaturas, que nos faz reconhecer que somos pecadores e que precisamos de Deus e dos nosso próximo. A presença de Deus acompanha os humildes (Is 57.15; Mq 6.8). Como cristãos, devemos viver em humildade uns para com os outros, considerando-os superiores a nós mesmos. Os mais zelosos filhos de Deus servem "ao Senhor com toda a humildade" (At 20.19). O oposto da humildade é a soberba, um senso exagerado da importância e da auto-estima da pessoa que confia no seu próprio mérito, superioridade e realizações. A tendência inevitável da natureza humana e do mundo é sempre à soberba, e não a humildade. Mas, Deus resiste aos soberbos (Tg 4.6; 1 Pe 5.5). Jesus foi humilde, e também nos ensinou sobre a humildade (Fp 2.6-8; Jo 13.1-16).

3) Amor - A igreja em Filipos era uma igreja que não apenas pregava o amor, mas o colocava em prática, através da caridade. A caridade, ou o amor posto em prática, se procede de Cristo, deve basear-se na revelação e no conhecimento bíblico (Fp 1.9). No Novo Testamento, "ciência" (gr. epignosis) significa conhecimento espiritual no coração e não simplismente no intelecto. Trata-se da revelação de Deus, conhecida experimentalmente, incluindo a comunhão pessoal com Ele e não um simples conhecimento intelectual de fatos a respeito dEle. Logo, conhecer a Palavra de Deus, ou conhecer a vontade de Deus, subentende um conhecimento que se expressa na comunhão, na obediência, na vida e no andar com Deus. ATENÇÃO SEMINARISTAS: Conhecer a verdade teológica deve ter como objetivo o amor a Deus e o livramento do pecado (Rm 6.6). "Em todo o conhecimento" significa o cristão discernir o que é bom e o que é mau. Lembremos das palavras de Jesus: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14.21). E qual é o maior de todos os mandamentos? O amor (Mt 22.34-40; Mc 12.28-34; Lc 10.25-27).

Jovem, será que esses três sentimentos (alegria, humildade e amor) fazem parte da nossa vida, assim como, também faziam parte da vida e do ministério de Jesus?

Que Deus nos abençoe!

Pr. Gabriel N. da Silva