terça-feira, 24 de agosto de 2010

"... OS MEUS OLHOS VIRAM O REI..." (Is 6.5b)

No dia 19/07/10, plena segunda-feira, eu tive a oportunidade de ir e participar do lançamento do CD "Glória", da Pra. Fernanda Brum, na Via Show, em São João de Meriti. Foi uma bênção! Aproveito a oportunidade, para recomendar o CD, que por sinal está muito lindo, a todos os nossos seguidores.

Voltando ao lançamento do CD, após ter cantado algumas canções, a cantora saiu de cena para trocar de roupa, enquanto o seu esposo, Pr. Emerson Pinheiro, trouxe uma breve palavra (e que palavra), sobre o chamado de Isaías. Desde então, eu fiquei como que ruminando aquela palavra. Veio o nosso 2º Culto de Missões, no dia 25/07/10, onde nós apresentamos a peça "A Quem Enviarei?", e o Pr. Carlos também trouxe uma palavra sobre o chamado de Isaías. No dia 15/08/10, domingo, eu tive a oportunidade de pregar e compartilhar com a minha Igreja o que Deus havia ministrado ao meu coração.

Isaías, filho de Amós, provinha de uma família influente de Jerusalém. Ele era um homem cultíssimo, e tinha o dom da poesia. Era familiarizado com a realeza. Foi estadista e também profeta. Profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. É visto como o maior dos profetas do Antigo Testamento. O profeta que mais profetizou sobre o Messias. O profeta da redenção.

Em Is 6.1-8, nós encontramos o registro da sua chamada, um verdadeiro divisor de águas em sua vida. "No ano da morte do rei Uzias..." (Is 6.1), foi num momento de tristeza para Isaías, que era íntimo do rei. Um momento de perda, não só para ele, mas também para Judá. Em Eclesiastes, o livro do pregador, o sábio Salomão escreveu que "Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu" (Ec 3.1). Existe tempo de nascer, tempo de morrer (Ec 3.2), tempo de chorar e tempo de rir (Ec 3.4), tempo de buscar e tempo de perder (Ec 3.6). Isaías não fugiu a regra. Ele também teve que viver e passar por essas experiências dolorosas. Ele também chorou, ele também perdeu. Mas foi nesse tempo de morte, de choro e de perda, que Isaías mais ganhou. Nessa ocasião, Isaías teve uma visão de Deus, da glória de Deus, foi purificado e recebeu uma chamada específica para pregar a Palavra de Deus a um povo espiritualmente cego, e que não teve a mesma visão que ele. Isso me faz lembrar da letra da canção "Vaso de Alabastro", da Pra. Alda Célia, interpretada pela Pra. Fernanda Brum, que diz: "Pois a unção e o poder do Teu olhar, nos faz sorrir, nos faz chorar, nos faz perder para ganhar...". Isaías teve que perder para ganhar. E nós, também, precisamos aprender, que muita das vezes, é necessário perder para ganhar.

A principal característica de Deus revelada a Isaías foi a Sua santidade (Is 6.1-3), que significa Sua pureza de caráter, Sua separação e Sua repulsa a tudo que é mau. Devemos, também, ser santos como Ele é santo (1 Pe 1.15).

A santidade absoluta de Deus, assim como é nos céus, também deve ser proclamada na terra, na igreja. Quando Isaías contemplou a santidade de Deus, imediatamente reconheceu a sua própria imperfeição e impureza (Is 6.5). Quando vemos a glória de Deus, também vemos o que nós realmente somos: desgraçados, miseráveis, pobres, cegos e nús (Ap 3.17). Isaías reconheceu também, as consequências de ver Deus face a face (Êx 33.20) e ficou assombrado. Isaías deve ter pensado: "Eu não vou conseguir sair daqui vivo". E, antes de perecer, ele ainda se lamenta pelo seu pecado. O "ai" de Isaías foi o fato dele ser um homem de lábios impuros, e de se deixar influenciar pelo povo de impuros lábios. Essa era a dor de Isaías. Esse era o seu pecado, a sua culpa. Qual tem sido o nosso "ai"? Qual tem sido o nosso pecado, a nossa culpa?

Deus, então, purificou os lábios e o coração de Isaías (Is 6.6,7), pois a boca fala do que o coração está cheio (Lc 6.45). Agora, Isaías estava apto a permanecer na presença do Senhor como servo e profeta do Santo de Israel. Somente depois de haver sido purificado é que Isaías foi designado profeta (Is 6.8,9).

Jovem, através do sangue de Jesus, nós também somos purificados de toda injustiça. O sangue de Jesus remove toda nossa culpa. O sangue de Jesus limpa o nosso coração. O sangue de Jesus, também, nos torna aptos a entrar e permanecer na presença de Deus, onde nós temos uma visão privilegiada da glória de Deus.

Que Deus nos abençoe!

Pr. Gabriel N. da Silva